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Taxas curtas de juros futuros caem em novo dia de redução de apostas na alta da Selic
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Imagem: Shutterstock
No exterior, os rendimentos dos Tesouros cederam desde cedo, em meio à percepção de que o Federal Reserve iniciará de fato o ciclo de cortes de juros em setembro
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,75%, em baixa de 5 pontos-base ante os 10,797% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,45%, em queda de 9 pontos-base ante os 11,535% do ajuste anterior.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,5%, praticamente estável ante os 11,497% do ajuste, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,48%, em alta de 1 ponto-percentual ante 11,47%.
Em um dia de agenda vazia no Brasil, a curva a termo sonora repercutindo nesta quarta-feira declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na véspera.
Em entrevista ao jornal O Globo Campos Neto disse que o cenário externo melhorou e defendeu “calma” e “cautela” nos momentos de volatilidade. Em evento do BTG em São Paulo, afirmou ainda que o BC é “data dependente” (dependente de dados) e que não parecerá tanto para ruídos e vozes momentâneas.
As declarações de Campos Neto foram interpretadas pelo mercado como um sinal de que o BC pode não subir a Selic em setembro, como vem sendo precificado. De facto, as taxas de curto prazo cederam na quarta-feira, e o movimento contínuo nesta quinta, ainda que as apostas na alta sigam predominantemente.
“Tive a percepção de que o Copom vai subir os juros, e isso estava consolidado. Depois da fala de Campos Neto ficou a sensação de que não necessariamente” a elevação vai ocorrer, comentou Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset.
“O movimento (na curva) começa a se inverter. Antes era de subir na (ponta) curta e cair na longa. Agora vem no sentido contrário”, acrescentou Lima no início da tarde desta quinta-feira, quando as taxas de curto prazo cediam e as de longo prazo se mantinham com leves ganhos.
Perto do fechamento da curva a termo brasileiro precificava 67% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic em setembro e 33% de chances de manutenção em 10,50% ao ano. Na véspera, as probabilidades eram de 76% e 24%, respectivamente.
Na terça-feira, antes das declarações de Campos Neto, a precificação refletia uma postura bem mais hawkish (dura com a inflação): 90% para alta de 25 pontos-base e 10% para elevação de 50 pontos-base.
No exterior, os rendimentos dos Tesouros cederam desde cedo, em meio à percepção de que o Federal Reserve iniciará de fato o ciclo de cortes de juros em setembro.
Um relatório do Departamento do Trabalho dos EUA solidificou a expectativa pelo corte de juros, ao mostrar redução de 818.000 empregos, ou 0,5% a menos, dos dados de criação de vagas no país de abril de 2023 a março de 2024
. da queda dos rendimentos durante a tarde, enquanto os investidores aguardavam a ata do último encontro de política monetária do Fed, acabaram por conduzir as taxas dos DIs de prazos longos para perto da estabilidade no Brasil.
A ata do Fed mostrou que as autoridades estavam fortemente inclinadas a um corte de juros em sua reunião de setembro e que várias autoridades estariam até os mesmos interesses em reduzir as taxas imediatamente.
A dúvida que permanece entre os investidores é se o Fed aplicará um corte de 25 pontos-base ou de 50 pontos-base em setembro. O discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole na sexta-feira será fundamental para o ajuste de posições.
“Podemos inferir que as chances de um aumento da Selic já em setembro perderem força se o corte de juros nos EUA para de 0,5 (ponto percentual). Por outro lado, se pelo mesmo 0,25 pode ficar evitando uma nova abertura por aqui”, disse Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, em comentário difícil enviado a clientes.
Às 16h39, o rendimento do Tesouro de dez anos –referência global para decisões de investimento– caiu 3 pontos-base, para 3,792%.
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