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Corpo de Bombeiros Militar realiza homenagem às primeiras mulheres que ingressaram na Corporação


Na última segunda (18), o CBMES realizou uma solenidade em homenagem à primeira turma de bombeiras militares, o CFSd de 1994.

Os 30 anos da inclusão das primeiras mulheres na Corporação é um marco histórico, que nos convida a refletir sobre o papel fundamental desempenhado por essas bravas pioneiras, abrindo caminho para tantas outras mulheres que hoje integram as fileiras do CBMES.

O evento foi realizado no auditório da CEPDEC, na Enseada do Suá em Vitória e contou com a participação do Comandante-Geral, Coronel Alexandre dos Santos Cerqueira, do subcomandante-geral, Coronel Washington e de vários militares que participaram na formação destas bombeiras como, o Coronel RR Natali, Coronel RR Sodré, Coronel RR Cardoso e Capitão RR Silva.

CFSd 1994

Foi no ano de 1994, sob o comando do então Coronel Natali, que se deu o início dessa história. Reconhecendo a necessidade de incluir mulheres no Corpo de Bombeiros, ele designou o Aspirante Cardoso (hoje Coronel RR Cardoso), o Sargento Silva (hoje Capitão RR) e o Sargento Valério (in memoriam) para compor a equipe responsável pela formação da primeira turma feminina. Em um universo até então exclusivamente masculino, seis jovens corajosas se voluntariaram para esse desafio: Benincá, Dirce, Denise, Elizete, Jovana e Nolimar.

Essas jovens, com idades entre 18 e 20 anos, mal sabiam o que enfrentariam. Seriam as pioneiras em um serviço que, à época, exigia não apenas força física, mas também resiliência, coragem e determinação para superar barreiras culturais e preconceitos.

Durante o curso de formação, essas seis mulheres passaram pelos mesmos treinamentos rigorosos que seus colegas homens. No entanto, o peso que carregavam era ainda maior: o futuro de todas as mulheres no Corpo de Bombeiros dependia de sua dedicação e sucesso. Cada passo que deram foi um exemplo de superação, enfrentando dúvidas sobre sua capacidade e provando, dia após dia, que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no combate ao fogo e no salvamento de vidas.

As condições de trabalho naquela época eram desafiadoras. Veículos como a TE 76, uma F1000 adaptada, e equipamentos rudimentares, como a moto esmeril, compunham o cenário de quem atendia ocorrências. Regras rigorosas também faziam parte da rotina das pioneiras: não era permitido o uso de maquiagem ou acessórios, e até mesmo o uniforme era limitado a calça jeans, camiseta masculina e tênis. Além disso, durante o curso de formação, o contato social era restrito e o rigor disciplinar constante.

Ainda assim, essas mulheres persistiram. Sua força e resiliência abriram portas para todas as que vieram depois. Hoje, mulheres ocupam espaços em todos os níveis e especialidades do CBMES, desde mergulhos e salvamentos em altura até a condução de viaturas e operações de combate a incêndios. Elas seguem provando que a competência não tem gênero.

Parabéns às mulheres do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo! Vocês fazem parte de uma história de força, coragem e conquistas.

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